Palavras proferidas na fundação da Confraria do Príapo (28.04.09)

Senhor Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha,
Senhor Vereador da Juventude e Desenvolvimento Económico,
Senhor Presidente da ACCCRO,
Senhores Jornalistas,
Caros Confrades e Amigos,
Nasceu hoje, da vontade de todos nós, a Confraria do Príapo, uma associação caldense de direito privado e sem fins lucrativos, independente e inclusiva.
A esta casa pertencem todos aqueles que se identificam com o seu objecto social, sem qualquer discriminação. Uma palavra especial para os comerciantes que dão alma a esta cidade e que, em boa hora, decidiram criar esta Confraria.
Uma palavra especial, também, para os ceramistas que mantêm viva a tradição da loiça caldense e, com entusiasmo e esperança, se associaram a esta iniciativa. Finalmente, uma palavra especial para as nossas mulheres Confrades, sem as quais a fertilidade atribuída à boa vontade de Príapo não faria qualquer sentido.
Fundámos esta Confraria para defender, valorizar e promover, com identidade própria, a cerâmica erótica das Caldas da Rainha, de que o falo é a principal peça e símbolo.
Queremos fazê-lo com uma abordagem cultural, artística e elegante, rejeitando toda e qualquer iniciativa que se caracterize pela vulgaridade, grosseria e ofensa social.
Para isso,
Queremos promover o registo e a defesa do falo e demais cerâmica erótica das Caldas da Rainha;
Queremos incentivar a inovação na abordagem artística e criativa, contribuindo para o desenvolvimento da economia local;
Queremos estimular a produção de peças com qualidade certificada, acrescentando valor à oferta actual;
Queremos apoiar iniciativas de investigação e divulgação, promover conferências, exposições, concursos e outros eventos;
Queremos identificar peças e colecções ligadas à cerâmica erótica das Caldas da Rainha, apoiando a criação de um Museu do Erotismo;
Queremos estabelecer relações com entidades, nacionais e estrangeiras, cujo objecto seja similar ou complementar ao da Confraria;
Queremos, finalmente, colaborar com as instituições locais, regionais, nacionais e internacionais de cultura, comércio, turismo e indústria cerâmica, em todas as acções que interessem ao objecto social da Confraria.
Estas são as nossas referências, as nossas âncoras, o nosso código genético. Não contem connosco para iniciativas de mau gosto ou vazias de significado. Para nós, a loiça erótica e o falo das Caldas valem por aquilo que culturalmente significam e economicamente representam, não menos do que isto.
Caros Confrades e Amigos,
A Confraria do Príapo pertence às Caldas da Rainha, porque é das Caldas da Rainha a tradição que pretendemos defender, valorizar e promover.
Esta é uma iniciativa genuína dos cidadãos. Contamos com as nossas próprias forças e, naturalmente, com o apoio da autarquia, da ACCCRO e de todas as entidades públicas e privadas com quem desejamos estabelecer parcerias.
Estamos aqui todos, actuais e futuros Confrades, em pé de igualdade, unidos por uma causa comum, a de servir a Confraria, a Cidade e o Concelho. Estamos aqui, sobretudo, para sermos felizes, fazendo juz à inscrição da peça fálica encontrada nas ruínas de Pompeia: HIC HABITAT FELICITAS (Aqui Reside a Felicidade).
Hoje, 28 de Abril de 2009, inicia-se um percurso que desejamos seja eterno, porque eterna é a causa que nos move.
O movimento gerado com o simples anúncio público da criação da Confraria, sem ainda termos feito nada do muito a que nos propomos, mostra bem o potencial desta iniciativa e deixa-nos convictos do seu sucesso.
Entusiasma-nos, particularmente, a proposta de grande qualidade apresentada recentemente por uma empresa de eventos à autarquia, para a realização das Festas do Príapo.
Brindemos, pois, ao sucesso da nossa Confraria e que Príapo, com o seu vigoroso falo, nos proporcione sempre a maior fertilidade.
Muito obrigado.

José Rafael Nascimento
Isabel Castanheira







Jornal PÚBLICO (24.04.09)

Confraria do Príapo vai animar o comércio das Caldas da Rainha
Carlos Cipriano
Objectivo é "defender, valorizar e promover, com identidade própria, a cerâmica erótica das Caldas da Rainha, de que o falo é a principal peça e símbolo".
Um grupo de caldenses quer dar novo ânimo à loiça erótica local e associar-se numa confraria que traga novas abordagens a esta tradição e permita actividades lúdicas e culturais, numa perspectiva de marketing da cidade. É por isso que a Confraria do Príapo, dizem os estatutos, tem por objecto "defender, valorizar e promover, com identidade própria, aquela cerâmica das Caldas da Rainha, de que o falo é a principal peça e símbolo". Isabel Castanheira, proprietária de uma livraria na cidade conhecida pelas inúmeras iniciativas culturais que promove, é uma das mentoras do projecto que emerge da sociedade civil, de um grupo de "comerciantes--cidadãos" que não estão só a ver o seu negócio, mas sim a cidade como um todo. Diz que um dos primeiros actos da confraria será salvaguardar o típico falo das Caldas através de uma marca registada, antes que outras localidades se apropriem dele. "Este é nosso", afirmou, sublinhando que "o das Caldas", como também é conhecido, é o mais significativo património imaterial da cidade.Foi este fenómeno que levou o especialista em Marketing José Rafael Nascimento a pensar que a cidade tinha um elemento diferenciador que poderia ser aproveitado: "Estando a viver cá há pouco tempo, dei-me conta de que, no fundo, esta ideia já existia e só tivemos que a agarrar, pois notei que havia uma certa degradação da loiça tradicional e que era preciso inová-la. Julgo que a confraria terá esse papel decisivo."Com escritura marcada para terça-feira, a confraria propõe-se realizar conferências, uma exposição de desenhos eróticos, uma semana de gastronomia afrodisíaca e um recital de poesia erótica.Um dos problemas da Confraria do Príapo será o de evitar que esta resvale para a ordinarice e para o popularucho. Daí que os próprios estatutos consagrem "uma abordagem cultural, artística e elegante do seu objecto social, rejeitando toda e qualquer iniciativa que se caracterize pela vulgaridade, grosseria e ofensa social". Paulo Moura, economista de Coimbra que possui a maior colecção privada de objectos eróticos do país, defende a instalação de um museu temático nas Caldas da Rainha, e é um dos aderentes à iniciativa e diz que "vai ser complicado estabelecer uma fronteira que seja sensata e equilibrada", mas reconhece que "sem desafios isto não teria piada nenhuma".

Gazeta das Caldas (24.04.09)
Vai ser criada nas Caldas a Confraria do Príapo

Um grupo de “comerciantes-cidadãos” quer renovar a tradição da loiça erótica caldense e lançar uma confraria que, tendo como referência o típico falo em cerâmica, traga novas abordagens e permita actividades lúdicas, culturais e recreativas numa perspectiva de marketing da cidade. Colóquios, esculturas, gastronomia, poesia, desenhos e até um Museu Erótico, estão nos planos dos confrades fundadores.
“A Confraria tem por objecto social defender, valorizar e promover, com identidade própria, a cerâmica erótica das Caldas da Rainha, de que o falo é a principal peça e símbolo”. É desta forma que se iniciam os estatutos da Confraira do Príapo, cuja escritura pública terá lugar na próxima terça-feira, 28 de Abril.
Os promotores desta iniciativa são sobretudo comerciantes, mas há também ceramistas, académicos e alguns políticos locais que estarão presentes no acto fundador.
José Rafael Nascimento, especialista em marketing, e Isabel Castanheira, da Livraria 107, fazem parte deste grupo e sublinham que a Confraria emerge da sociedade civil, de “comerciantes-cidadãos” activos que não estão só a ver o seu negócio, mas sim a cidade como um todo.
“Como caldense recente, estando a viver cá há pouco tempo, dei-me conta que, no fundo, esta ideia já existia, já andava no ar e só tivemos que a agarrar”, diz José Rafael Nascimento. “Quando fui convidado para reflectir um pouco sobre o comércio, não pude deixar de ver que havia uma certa degradação da loiça tradicional e que era preciso inová-la. Julgo que a Confraria terá esse papel decisivo”.
Isabel Castanheira já tinha proposto há algum tempo à Câmara Municipal que organizasse um evento inspirado na tradição caldense que faz a cidade ser tão conhecida. Mas, sem ousar arriscar sozinha, a autarquia tentou uma parceria com a ESAD. Contudo, apesar da irreverência que caracterizam a massa dos seus alunos, a responsável local não mostrou grande entusiasmo e a coisa morreu.
Pelo caminho ficou a ideia de se organizar uma Falo Parade, em que artistas locais e convidados poderiam pintar ou conceber de raiz falos em cerâmica que seriam exibidos durante uma festa.
José Rafael Nascimento não gosta do termo Parade, mas inclui no plano de trabalhos da Confraria “a peça do ano”, que será um falo em cerâmica da autoria de um artista ou resultante de um concurso de ideias, que seria assinado e numerado nas suas replicas para ser vendido em estabelecimentos comerciais. “Isto podia gerar algum dinamismo económico pois a loiça erótica caldense não é apenas o falo, sendo a criação artística nesta área ilimitada”.
De resto, diz este especialista em marketing, há muitas peças dispersas que poderiam juntar-se e ser um embrião de um futuro Museu do Erotismo. O economista Paulo Moura, que possui em Coimbra a maior colecção de objectos eróticos do país (ver Gazeta das Caldas de 27/03/2009), é um do co-fundadores da Confraria do Príapo.
Carlos Cipriano




DOS ESTATUTOS DA CONFRARIA
A Confraria do Príapo é uma pessoa jurídica de direito privado e sem fins lucrativos, tendo por objecto social defender, valorizar e promover, com identidade própria, a cerâmica erótica das Caldas da Rainha, de que o falo é a principal peça e símbolo.
A Confraria privilegia uma abordagem cultural, artística e elegante do seu objecto social, rejeitando toda e qualquer iniciativa que se caracterize pela vulgaridade, grosseria e ofensa social.
Na prossecução do seu objecto, a Confraria propõe-se:
a) Promover o registo e a defesa do falo e de toda a cerâmica erótica das Caldas da Rainha;
b) Incentivar a inovação na abordagem artística e criativa;
c) Estimular a produção de peças com qualidade certificada;
d) Apoiar iniciativas de investigação e divulgação;
e) Promover conferências, exposições, concursos e outros eventos;
f) Identificar peças e colecções ligadas à cerâmica erótica das Caldas da Rainha;
g) Estabelecer relações com entidades, nacionais e estrangeiras, cujo objecto seja similar ou complementar ao da Confraria;
h) Colaborar com os órgãos locais, regionais, nacionais e internacionais de cultura, comércio, turismo e indústria cerâmica, em todas as acções que interessem ao seu objecto social.

(dos Estatutos da Confraria do Príapo)


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